terça-feira, 30 de agosto de 2011

Com um ano de atraso


Conhecemos uma pessoa no Outjazz que nos perguntava o que achávamos da entrada da Turquia na União Europeia. Sim, é uma economia emergente, mas depois de ter lá estado, a minha resposta é não. Não agora, não em 2015, talvez daqui a 20 anos ou mais e ainda assim, logo se via. Claro que todos os motivos e mais alguns que eu possa usar para defender a minha opinião podem parecer preconceituosos, podem parecer xenófobos, podem parecer pouco técnicos e precisos e certamente existirão entendidos muito mais entendidos do que eu.

Então resumo a minha resposta a isto: na Turquia senti-me fora de casa. Completamente perdida. Não senti que estivesse num país europeu. Não é a religião, estive muito pouco tempo para que a sua influência se fizesse mostrar. E são as mesquitas com as chamadas para a oração diárias que tornam a cidade especial. Foi antes a combinação de dois factores: ninguém falar inglês e a chica-espertice.

Ninguém falava inglês. Não, nem no posto de turismo. Trocámos meia dúzia de palavras, mas não perceberam patavina do que dissemos. No hotel também era muito limitado, só percebiam frases básicas. Na cidade, estava tudo escrito em turco. E assim tivemos nós que nos desenmerdar numa cidade gigante completamente sinalizada em turco.

A chica espertice ao turista é o pior. Ok, suportámos no miúdo de 10 anos que nos aldrabou o troco em 25 cêntimos (mal chegámos, logo para aprendermos como era). Mas isto continuou durante todos os dias que estivemos em Istambul. Não há preços marcados nos restaurantes nem em lojas, pelo que é fácil perceber que vamos ser enganados à força em todo e mais algum sitio.

E assim Istambul cansou-me. Porque é fechada aos turcos e os turistas são chulados até ao tutano, a não ser que falem turco.

Como tínhamos dedicado 7 dias a Istambul e ficámos fartos da cidade em 4 dias, decidimos visitar as ruínas de Ephesus. Comprámos a viagem numa agência onde nos obrigaram a pagar em dinheiro e adiantado. Para verem o tipo de experiência que tínhamos tido até aqui, estivemos até à ultima da hora na duvida se realmente teríamos alojamento pago em Ephesus, ou se teríamos sido enganados mais uma vez.

Felizmente correu tudo bem e foi a minha experiência em Ephesus que me fez trazer boas recordações da Turquia e ter sincera vontade de conhecer o resto do País. Ainda assim, mantenho o que disse acima.

Escolhi esta imagem, porque para mim simboliza muito a imagem que tenho de Istambul. A venda de comida sem qualquer noção de higiene e os gelados amassados ao ar, perto da estrada e das moscas, faziam-me rir só de imaginar a minha amiga engenheira alimentar, numa sessão de tortura chinesa a ser obrigada a comer aquilo.

Se tivesse tirado foto mostrava-vos o momento em que eu estava na rua mais recôndida de Istambul, sentada na rua a comer moelas, rodeada por uma feira de 2ª mão e vi um turco a trocar os sapatos que tinha calçados por uma aparelhagem. E foi assim, descalço, que ele veio pedir ao dono do restaurante se podia experimentar a aparelhagem ali.

Sim, mantenho o que disse. Acho que a Turquia actualmente não deve pertencer à União Europeia.

3 comentários:

  1. Adorei a Turquia que visitei há anos atrás mas detestei os turcos!

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  2. Sinceramente, acho uma sociedade muito atrasada, nomeadamente na mentalidade, que na cultura de cada um não se deve meter o nariz. Eles não querem saber de mais ninguém a não serem eles. Se não sabes turco, soubesses, se não estás bem, problema teu, que lá as coisas são feitas à maneira deles, ou não são. A Turquia ia dar muitas dores de cabeça à UE, e eles também não querem nenhum estrangeiro a mandar neles... Está bem assim como está, pelo menos é o que eu acho.
    Bjs*

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  3. Nightwish, pois não me parece que eles queiram pertencer à UE para ficarem mais "quentinhos". Querem uma ponte para a Europa. Assim como a Europa se interessa por toda aquela riqueza de matérias primas. Mas se formos a ver bem, maioria do território turco está no continente asiático :/

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Digo eu de que: