Já percebi que não fui talhada para uma volta ao mundo, mas no entanto há países que me acompanharam durante a adolescência e pelos quais fui desenvolvendo um imenso carinho e curiosidade de os conhecer. Sempre pensei que a curiosidade pelo "fora de portas" fosse uma característica intrinsecamente humana e que todos o sentissem. Mas recentemente percebi que não. Fui conhecendo pessoas, algumas próximas, que nunca viajaram para fora de Portugal (e poderiam-no ter feito) e não têm qualquer interesse em conhecer o que se passa para lá de paredes nacionais. Não são bichos de se enfiarem em casa, pelo contrário, acumulam anos e anos de férias a descobrir e redescobrir recantos em Portugal e falam com carinho de paisagens transmontadas e alentejanas. Por um lado acho estranho que alguém não sinta mesmo qualquer curiosidade em conhecer nenhum País que não o próprio, por outro, invejo quem se sente tão feliz com o próximo, com o que está à mão, com o mais fácil, com o conforto de uma língua e costumes conhecidos, gozando de paisagens sempre familiares. Deve ser tão mais fácil assim.
Concordo tanto, deve ser tão mais fácil. Mas também deve ser muito menos interessante. Acho que prefiro ser eternamente insatisfeita por tudo o que não vou ver e feliz pelo que vejo do que satisfeita por não querer ver mais nada do que o que me rodeia :)
ResponderEliminarHá muita gente que acusa "ah, sempre a irem lá para fora, este país tem coisas tão lindas". Pois tem, mas vai-se vendo, e lá fora é melhor ir enquanto se pod€ e se tem genica.
ResponderEliminardiasdetelha, talvez seja menos interessante, mas talvez seja uma existência mais pacífica e plena, não sei :)
ResponderEliminarIzzie, não gosto do argumento de que agora temos que gastar o dinheiro todo cá, incluindo o das férias, até porque sempre achei que os portugueses sofriam de estreiteza mental derivado de viajarem pouco, o que felizmente começa a mudar. Vai-se vendo e até com criançada e na velhice, se consegue ir vendo, já o ir para fora... (não vou à India com artroses :P)