domingo, 16 de dezembro de 2012

A culpa não morre solteira mas ainda assim

Eu e uma amiga minha às vezes fazíamos telefonemas de partida, ligávamos para as minhas avós, ligávamos para pessoas ao acaso na lista telefónica e todos caíam na brincadeira. Até que uma vez dissemos a uma senhora que o marido tinha ganho um prémio e ela respondeu que o marido já tinha morrido. E foi aí que parámos, e provavelmente foi aí que parei definitivamente de gozar seja com quem for, porque nunca mais me esqueci na forma triste como a senhora falou no marido e como me senti tão idiota.

Ainda assim, não acho que alguém se suicide por um telefonema destes e parece-me infeliz que condenem de modo tão agressivo aqueles dois animadores australianos (e qualquer dia levar um deles ao suicídio também) porque ninguém se quebra tão rápido nem tão por tão pouco. O telefonema foi uma infeliz gota de água, que poderia ter sido ali, como em qualquer outra circunstância.

Que triste história de vida teria aquela senhora para terminar assim, é algo que a família deve tentar perceber, até porque eu não acredito em todas as fotos de família felizes que vejo.

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