quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

E além disso, um minuto de silêncio por quem arruma a roupa dos saldos


Uma senhora entrevistada na rua dizia que tinha vindo do Algarve a Lisboa para ir aos saldos. Dizia ela, aqui há mais oferta. E eu tive uma epifania. As pessoas vão para os saldos com o mesmo espírito com que compram latas de atum e salsichas antes de um ciclone. Como se não houvessem saldos todos os anos. Como se houvesse a oportunidade de uma vida a perder-se por cada promoção que se escapa.

E pensei, que coisas maravilhosas faríamos com a nossa vida se usássemos esta urgência na vida afectiva ou no trabalho? Se o medo de perder oportunidades nos fizesse correr desalmadamente de modo a que nenhuma memória ficasse por guardar, nenhuma pessoa ficasse por conhecer, nenhuma experiência ficasse por viver, como se não houvesse amanhã?

4 comentários:

  1. Quando era pequena e a roupa deixava de me servir de um ano para o outro tb era quase tradição no fim de Agosto a minha mãe levar-me à cidade (Porto ou Braga) para comprar roupa para o ano lectivo que se aproximava e aproveitar os saldos... Mas nós viviamos na província e em Viana nem Centro Comercial havia. :) Lembro-me da primeira vez que entrei numa Zara, na av. em Braga e achei aquela loja um mundo, devia andar na escola primária... E saí de lá carregada de sacos de roupa. hehe

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    1. Também me lembro da primeira vez que fui à Zara, foi uma loucura, trouxe de lá imensa coisa!
      Mas pronto, há Zara no Algarve, até deve haver mais do que 10, por isso também não era por aí :P

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  2. Acabaste de me dar a minha resoluçao para 2013: viver com urgência!
    Na verdade, tenho saudades.

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