quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Só eu é que nunca tinha reparado que o João era filho do Fernando Tordo?

Acho lamentável que alguém não tenha emprego independentemente da sua profissão, mas também acho muito bem que se faça à vida sem lamentações e acho um verdadeiro acto de coragem alguém mudar de País e recomeçar aos 65 anos. No fundo é isso que todos fazemos, quando não vemos outra saída.

Não me parece ser o caso, mas muitas vezes em artistas reformados nota-se no discurso um certo tom de "todos me devem e ninguém me paga" como se por terem tido muita fama algum dia, terem enchido salas de espectáculo ou vendido muitos discos lhes garantisse atenção e cuidados vitalícios, quando convenhamos, isso só acontece se efectivamente alguém o quiser fazer (como por exemplo o Benfica com o Eusébio) mas que não me parece a mim ser de todo uma obrigação da sociedade, quando a obrigação que nos cabe é descontar para garanti-lo*. Para mim qualquer pessoa que tenha trabalhado arduamente e descontado** merece ter uma reforma condigna, mas não especialmente por ter sido artista.

* não vamos entrar no discurso de "ah e se não tivermos reforma" porque isso é outra coisa
** é claro que se ressalva que deveria haver quem ganhava mesmo muito pouco e que me parece que devem receber reforma em relação ao que é necessário para viver e não em relação ao que descontaram, assim como as domésticas que ficavam a tomar conta dos filhos porque na altura ou se era costureira ou ama ou mãe e quanto a mim, devem receber uma reforma, independentemente do que possam ter descontado.

4 comentários:

  1. O João Tordo já ganhou o espaço dele há muitos anos. Já ganhou o Prémio Saramago e é dos melhores escritores que temos. Já li tudo dele.

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    1. Não disse que não, nunca li nada dele mas conhecia a cara e o nome. Nunca me tinha apercebido é que era filho do Fernando Tordo.

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  2. há casos dramáticos. imagina uma vida inteira a tratar da casa, do marido, dos filhos (porque o marido quis, porque era assim) e chegar à velhice, ser trocada por outra e ficar com uma mão à frente e outra atrás porque nunca descontou nada e não tem reforma. ficar, basicamente, dependente dos filhos. que tristeza :(

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    1. claro que existem casos desses. nem precisa o marido arranjar outra, basta morrer e as mulheres ficam sem nada. A minha avó por exemplo trabalhou pouqíssimo tempo porque depois ficou em casa a tomar conta dos filhos, nem havia grande opção de escolha, não me parece que deva ser prejudicada por isso.

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Digo eu de que: