sexta-feira, 14 de março de 2014

E nas pessoas

Diz o Italo Calvino nas Cidades Invisíveis:
"Mas a cidade não conta o seu passado, contém-nos como as linhas da mão, escrito nas esquinas das ruas, nas grades das janelas, nos corrimões das escadas, nas antenas do pára-raios, nos postes das bandeiras"

E eu acrescento: e nas pessoas.

Recentemente alguém me contava histórias de médicos e psiquiatras ligados ao júlio de matos e ao falecido miguel bombarda, histórias que se entrelaçam com a história desta cidade. Psiquiatras que se preparavam para receber os pacientes de grupanálise no dia 25 de abril de 1974 e só apareceu um porque os outros achavam que não passavam o cerco. Psiquiatras que mijavam para dentro de vasos (e que hoje escreve livros e eu gosto muito), psiquiatras realizadores (como a Margarida Cordeiro que realizou o Jaime, do qual se fala na música os loucos de Lisboa). Onde estavam essas bandeiras quando morreu o João dos Santos que nos deixou a Casa da Praia? Guardadinhas para alguém importante?


4 comentários:

  1. "Psiquiatras que mijavam para dentro de vasos (e que hoje escreve livros e eu gosto muito)"
    acho que sei de quem estás a falar...
    ;)

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    1. Era o ALA, só pode, o home trabalhou no Miguel Bombarda anos. No Memória de Elefante conta algumas histórias fabulosas.

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    2. sim, ele pelos vistos como psiquiatra ainda era mais difícil de apanhar do que na escrita :)
      (tenho que ler)

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Digo eu de que: