sexta-feira, 14 de março de 2014

Fui ao bailado

Ver o Orfeu e Euridíce da Olga Roriz para o CNB. Pus-me a contar: cerca de 30/40 bailarinos em palco, uns 20 músicos na orquestra e uns 20 no coro, durante pouco mais de 1h e certamente várias dezenas de horas de ensaios para cada profissional (sem contar com a equipa que não se vê) e eu paguei 10€ pelo bilhete, numa sala pequena (embora cheia).

Estaremos nós fadados a pagar a cultura como contribuintes (o CNB é uma organização pública e os bailarinos são funcionários públicos, aposto que nunca se lembram disso hein) porque seremos sempre demasiado pobres para pagar pela cultura aquilo que ela realmente custa? Será que é impossível ter uma cultura que seja sustentável recebendo todos os profissionais incluídos aquilo que é justo receberem? Ou será que ela tem sempre de ser subsidiada pelo Estado a não ser que estejamos dispostos a pagar para ver um bailado o mesmo que pagamos para ir um festival?

(idem para o teatro, estava a ver bilhetes para a Ode Marítima e vão de 12€ a 15€, com salas provavelmente nunca cheias. quem paga o resto?)

2 comentários:

  1. Com bilhetes desses não há maneira de um espectáculo ser auto-financiado. Já agora, por dois bilhetes de teatro em Londres paguei £150. E não são dos mais caros, esses são a 150 por cabeça. E esgota tudo. Se calhar há algo de errado nesta terra, não sei.

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    1. Não faço ideia, nem sei muito bem quem recebe ou não os famosos apoios à cultura. Mas em Londres por exemplo conseguem ter museus cujas exposições permanentes são na grande maioria, gratuitas. Talvez seja uma aposta da cidade, abrir-se à cultura, que a malta para lá ir tem sempre que gastar dinheiro a comer e dormir.

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