quinta-feira, 21 de junho de 2012

O pensamento mágico


Lembro-me de há muitos anos atrás ver jogos com uma miúda se tornava insuportável em cada jogo da selecção. Se tínhamos ganho enquanto ela se sentava no puff laranja, com a imperial na mão esquerda e pistachios na mão direita, com cachecol enrolado ao pescoço, com a camisola verde vestida e as calças amarelas, era exactamente esse o cenário que ela ia repetir. Senão perdíamos. Mas ia mais longe. Se o José se tinha sentado do lado direito e a Maria do lado esquerdo quando Portugal tinha marcado o primeiro golo, era assim que tínhamos que nos sentar, se queríamos ganhar.

O meu colega diz que ainda hoje a mãe acredita solenemente que Portugal perdeu porque ela não viu o jogo com a Grécia de chinelos calçados, os mesmos que tinha usado em todos os jogos anteriores. Pior, a bandeira que tinha colocado na varanda, tinha voado nesse mesmo dia...

Os jogos da selecção são um daqueles momentos em que as pessoas acreditam, mesmo as mais racionais e pragmáticas, que o que elas possam fazer ou dizrer em casa, a milhares de quilómetros de distância do estádio, possa fazer a diferença ao pé do Ronaldo quando marcar o livre.

Eu não tenho nenhuma superstição em relação aos jogos. Mas também não me sinto particularmente envolvida com expectativas em relação ao Euro. Porque senão, quem sabe se não desenvolveria as minhas manias?

4 comentários:

  1. Bolas, uma coisa é ter as suas manias, agora a disposição das pessoas numa sala afectar a quantidade de golos? Que coisa estranha.

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  2. Os meus amigos também têm essas manias, mas ontem consegui provar que afinal são só mesmo manias!

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  3. Sabe-se lá... butterfly effect! (ironia) :P

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Digo eu de que: