quinta-feira, 19 de julho de 2012

As facturas obrigatórias

Nunca percebi porque havia o talão e porque havia a factura. Se a factura pode ser impressa pela mesma máquina, para que serve o talão? Algum entendido que explique sff. Se calhar sempre foi uma forma simpática de fugir aos impostos ou se calhar era (e já não é) uma impossibilidade técnica. Não sei.

Lembro-me do tempo embaraçoso de espera que era quando alguém pedia uma factura no hipermercado, normalmente na altura da compra do material escolar. Não era natural, era uma chatice, a empregada bufava, ligava para não sei quem, a fila aumentava, toda a gente bufava, era chato e nenhum funcionário fazia questão de disfarçar a chatice do pedido. Hoje em dia parece-me que isto já não é assim em lado nenhum. Num ou outro lado há quem revire os olhos ou faça a proposta de baixar o preço se não quisermos factura. Mas por outro, muitos restaurantes perguntam se a queremos e até posso viver na utopia, mas acredito que a grande maioria das empresas pague os seus impostos. Mesmo impostos que são injustos, pesados e asfixiantes.

A AHRESP veio dizer que achava mal a obrigatoriedade da factura, porque não faz sentido dar uma factura por café. Não dá, não pode ou não dá jeito? De qualquer forma, antes de tecermos críticas, não nos esqueçamos de como este sector já foi asfixiado com aumento do IVA da restauração (13% -> 23%) e aumento do IVA do gás e da electricidade de 6% para 23%. De repente houve um aumento de despesa de 44% sem terem muita margem de manobra para aumentarem preços.

7 comentários:

  1. Não me perguntes a diferença entre factura e talão que eu não te sei explicar.
    Mas gostava de realçar uma coisa. Não são os restaurante que pagam o IVA. Somos nós, os clientes. nós pagamos o IVA e se o restaurante não entrega a respectiva percentagem ao estado então está a roubar-nos a nós. Isto é verdade, não só para os restaurantes, mas para todos os serviços.
    Se eu tivesse um restaurante os preços estavam afixados de duas formas (sem iva e com iva) e assim toda a gente sabia que parte era cobrada pelo restaurante e que parte era pelo estado. Se o estado subia os impostos e eu não conseguisse descer a minha tarifa isso ficava óbvio.
    Irrita-me que se diga que é impensável passar factura por um café porque na realidade sempre que eu bebo um café, 23% desse valor deveria entrar para os cofres do estado. Tenho para mim que só esse valor (multiplicado pelos milhares de cafés que se consomem por dia)era coisa para baixar o défice.
    Uma vez fiquei tão irritada por me pedirem mais de 1.5€ por um café que pedi factura. Não gostaram? temos pena.
    :) sim, isto irrita-me um bocadinho!

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    1. Concordo plenamente contigo, atéporque todos os cêntimos que ganho são sujeitos a impostos... pois é juntando todos cêntimos é que perfaz o meu salário.
      Gostaria ainda de acrescentar que se todos os comércios estão assim tão mal, porque razão cada vez há mais cabeleireiros, cafés e restaurantes a abrir???!!!! Conheço alguns donos de restaurantes e cafés, assim como cabeleireiras e estétecistas e garanto que todos têm casas, carros, roupas melhores que os meus e fazem férias para sítios melhores. Claro que alguns vão-me cair em cima porque todas essas pessoas trabalham mais horas do que eu, que muitas vezes não têm fins de semana... Concordo! Eu não tenho nada contra eles terem melhor nível de vida do que eu (que até gastei os neurónios e bastante dinheiro numa faculdade a tirar um curso!)mas tenho contra o facto de eu pagar impostos sobre todo o meu ordenado (para já não falar do que me foi inconstitucionalmente retirado!) e eles fugirem alegremente ao fisco e até acharem muito normal os funcionários públicos terem de pagar a crise!
      Se ganham, têm de pagar os impostos devidos, seja sobre 1€ ou sobre 100€.

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  2. Sim o IVA é pago por nós. Mas quando o valor final do produto aumenta o cliente está a borrifar-se se vai para o restaurante ou para o Estado, simplesmente deixa de consumir. Mas eu não sou contra a medida, pelo contrário. Simplesmente achei que a resposta da AHRESP era dúbia, não se percebia se era uma maneira simpática de dizer "não queremos pagar impostos" ou se era realmente um problema técnico/logística.

    Por exemplo, já me disseram entretanto que a aplicar-se a lei deste ano, segundo a qual todas as facturas precisam de ter o NIF do consumidor, realmente era um pouco estranho termos que dar o numero com respectiva procura e tempo dispendido, por um café..

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  3. Para efeitos fiscais agora (desde Janeiro) é obrigatório nome e nif. Para muitas empresas não é só a chatice de pedir os dados mas a despesa de actualizar os sistemas informáticos para conseguires agilizar a emissão das facturas.
    Acho que devia ser obrigatório (mas mesmo, não como é agora) desde há muito tempo.

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  4. Eu compreendo que por um café é complicado dar o NIF, que se "perde" tempo, etc.
    E comprendo que vai ser uma chatice para muitos e muito complicado para alguns.
    Mas e se todos (sou uma lírica, eu) pagassem os impostos devidos estaria o país neste estado?
    Uma que "adorei" ler hoje: parece que quem mais foge aos impostos são os funcionários públicos... o que eu me ri com esse comentário (num jornal qualquer)....

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    1. Será que explicaram como faziam os funcionários públicos para fugirem aos impostos quando a retenção é logo feita na fonte! Eu queria saber esse truque já que o Estado me rouba tanto já está na altura da vingança! :)

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  5. Diferênça entre Talões e Facturas:
    A Factura é um documento contabilístico, cúja emissão, salvo algumas excepções, é obrigatória dentro do prazo de cinco dias a contar da data da transação e que se obriga a contemplar determinados campos de informação, tais como: n.º sequencial do documento; nome do cliente; nif; morada; hora de emissão; local de carga e descarga; designação do produto transacionado, valor unitário; quantidade; Tx do iva aplicada; valor final, entre outros.
    O talão é um documento normalmente emitido por uma máquina registadora, em que a informação contida se limita à identificação do sujeito passivo, com a indicação do tipo generalizado do produto consumido e seu valor final; data de emissão e número sequencial do Talão.
    O talão obrigatório, surgiu como uma alternativa á factura, depois da reacção das associações de comerciantes à intodução dos então sistemas informáticos.
    Com o aparecimento das novas tecnologias, emitir um talão ou uma factura é simplesmente a mesma coisa.
    A grande diferênça, que os portugueses na sua maioria desconhece, é que um talão, porque pode tambem ser emitido por um sistema informático, pode ser manipulado, já que não constitui documento de facturação, enquanto que a factura não.
    Como alguém já comentou, o iva que nós pagamos tem de ser entregue ao Estado e concordo plenamente que tudo se faça em todos os sectores de actividade, para que assim aconteça.
    Já tive quem me quisesse adicionar o iva depois de eu pedir a factura. Sorte do outro, que eu já tinha pago.

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Digo eu de que: