terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

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Gostei muito do filme e não acho que se limite apenas a questionar a nossa relação actual com a tecnologia, parece-me ser sobretudo uma história que reflecte sobre relações, sejam elas de que forma forem.

Não sei se seria possível um homem apaixonar-se por um sistema operativo nem sei o futuro da inteligência artificial, mas parece-me altamente improvável que algum dia consigam ter orgasmos (o antónio damásio diz que sem corpo não há emoção e ele é uma pessoa que estuda) e pessoalmente também não sei se é possível estar-se satisfeito numa relação onde nunca vai estar ninguém para nos aquecer os pés, por mais bom humor que tenha.

Ficou-me a imagem do Joaquin a passear feliz de telemóvel no bolso mostrando o mundo através da câmara do telemóvel a uma namorada que na realidade só existia na sua cabeça. Quanto das nossas relações com os outros não são na realidade connosco próprios?

(adorei o guarda-roupa e as bigodaças meio anos 80, meio futuro incerto)
(e a ultima das três questões básicas a partir das quais o ultra-mega-espectacular-fabulástico-modernaço sistema operativo se auto-configura para o utilizador: como é a sua relação com a sua mãe? Tantas teorias de relações objectais que se resumem numa frase)

2 comentários:

  1. Também já fui ver o filme há uns dias e também achei que está enganado quem achou que era uma crítica à sociedade moderna e à substituição dos sentimentos reais por sentimentos virtuais.
    Como por exemplo a crítica do Luís Miguel Oliveira do Público, que parece ter acertado ao lado do alvo da mensagem do filme.
    Mas ele até foca uma perspectiva que eu não tinha pensado quando diz que a relação com a samantha não será mais que a relação de duas pessoas à distância que comuniquem através de skype.

    E o que é giro neste filme é que ele tem estas camadas todas de significado, cada pessoa interpreta à sua maneira.

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  2. mas mesmo a nossa relação com a tecnologia é a nossa relação com as pessoas, mas com a vantagem que o distanciamento oferece (existe uma ted talk que reflecte muito bem sobre isto :http://www.ted.com/talks/sherry_turkle_alone_together.html)
    bem eu nunca tive uma relação virtual mas acho que é diferente termos um namorado e ele ir para fora e relacionarmo-nos via skype durante um periodo do que uma relação com alguém que nunca vamos conhecer ou que nem existe.

    Sim, o filme tem pano para mangas!

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Digo eu de que: