sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Psiquiatria vintage

Doentes psiquiátricos perdem acesso a medicamento depois de preço subir 348%.

O laboratório aumentou o preço e o Infarmed decidiu que assim não quer. Não sei que liberdade legal tem e se tem, porque deixaram que tivesse, um laboratório de aumentar livremente o valor de um medicamento que já está no mercado há alguns anos pelo menos, sobretudo um medicamento psiquiátrico, que é de difícil e complicada substituição para qualquer doente psiquiátrico grave.

Pronto então, voltemos à psiquiatria au naturel. Choques eléctricos com banhos frios e amarrá-los à cama quando estão agitados. E quem não gosta que se cure, não há cá pão para malucos.

6 comentários:

  1. Pão ainda há...medicamentos é que está mais difícil.

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  2. qualquer dia voltamos às lobotomias...

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  3. Na área psi a coisa dos medicamentos anda um fartar vilanagem. tomo um antidepressivo com carácter de regularidade, uma mísera cápsula por dia. Já existe genérico mas, depois de más experiências com alguns pacientes, o meu médico deixou de o prescrever e só tem confiança no de marca. Ora as farmácias praticamente já não têm stock: têm uma embalagem, e é uma sorte. Uma semana antes de me acabar tenho de me por em campo. Disseram-me que é porque é tão barato que ao laboratório já não compensa, e por isso desviam stocks para outros países onde o preço é mai alto.
    Me mate toma cipralex, e genérico. Ultimamente tem sido um martírio para encontrar o genérico que o médico recomenda. Um dia, no desespero, ele trouxe um genérico de outro laboratório: efeito zero. Juro.
    Há muita falsificação de medicamentos, também já senti sintomas de privação com o meu, e de marca. Os laboratórios concessionam o fabrico a "laboratórios" no terceiro mundo, onde não há controlo de qualidade e, como são medicamentos psi, e é tido, correntemente, que não há ricos para a saúde (duh), cortam nos princípios activos.
    Pronto, e é isto. Os preços tabelados estão a ter um efeito nefasto, e a verdade é que se um laboratório decide que não compensa produzir, ninguém os pode obrigar. E as tabelas existem só para um efeito: diminuir as comparticipações do Estado. É triste.

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    1. A minha mãe toma uma injecção que é uma porra para encontrar também. Algumas farmácias não vendem de todo. E trocá-lo por comprimidos não é uma solução fácil, é preciso tempo para a tentativa-erro. Eu não tenho problema nenhum em aceitar que os laboratórios precisam de ter lucro como qualquer outra empresa. Mas também têm responsabilidade social, sobretudo nos medicamentos psiquiátricos, e se tanta coisa se legisla, porque não isto também? É claramente desonesto estruturar uma pessoa a partir de um medicamento e de um dia para o outro ele deixar de estar disponível (seja porque motivo for).

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    2. Claro que concordo, sobre a responsabilidade social. Olha se um dia decidem deixar de produzir a vacina da polio, ou do sarampo? E sem uma boa razão não entendo porque aumentaram tanto esta injecção, caneco.
      Mas o que me dói é os medicamentos psi serem tão desconsiderados, estarem ali no fim da linha.

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    3. Tudo o que é psi está no fim da linha...se dizes que sobrevives a um cancro és levada em braços, mas se dizes que sobrevives a uma depressão todos viram a cara. A doença mental é o novo HIV, todos querem distância.

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