quarta-feira, 11 de maio de 2016

Estás perdiendo el tiempo pensando

Ando esquecida e distraída. Entro numa casa e cumprimento duas vezes a mesma pessoa. Levanto-me do lugar e já não me lembro bem em que cadeira estava. Perguntam-me pelo fim de semana e eu só me lembro do que fiz até chegar ali. Alguém me explica alguma coisa e faço um grande esforço por me manter atenta, mas é-me tão difícil ficar focada numa coisa que não me interessa.

Ás vezes é um bocado assustador, costumava ter uma cabeça tão organizadinha como uma agenda. Espero que os meus neurónios não estejam a desistir de mim. É certo que pode ser cansaço, mas já tive períodos mais cansativos e não senti que a minha cabeça estivesse a ir de carroça com o corpo a puxá-la.

Uma amiga psicóloga diz-me que ando desorientada porque estou a perder referências. Eu sinto que me estou a alienar do que não me interessa, acionando um piloto automático que não controlo completamente.

9 comentários:

  1. Muita solidariedade, que a minha cabeça parece um passador, nestes últimos tempos. Isso das referências tem a sua graça, tem sim senhora. Eu diria que nem é bem isso, no meu caso, mas sim uma transição, a habituação a um novo quadro de referências.

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    1. bem, quando se fecha uma porta abre-se uma janela né? se calhar também tenho referências novas a que me habituar.

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  2. Eu acho que estou mesmo a perder muitos neurónios. Não sei se é da idade, se é dos filhos ou da medicação para o estômago mas assusta-me o salto que dei nos últimos anos em termos de incapacidades. Pergunto-me como será daqui a 30 anos em que supostamente nem estarei ainda na reforma.

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    1. e tens uma profissão em que a memória é tão importante. acredito que manter as bolas todas no ar seja desgastante para a cabeça.

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  3. Eu tenho uma teoria: a memória varia na razão inversa da distração, a um ritmo que acelera com a idade. Eu sempre fui distraída, mas tinha uma boa memória. Agora a minha memória é uma desgraça e a minha distração proporciona-me momentos cada vez mais embaraçantes. Também eu sinto que parte disto se deve ao facto de me estar cada vez mais a borrifar para aquilo que não me interessa, simplesmente deixo de registar informação que considero inútil. Tu chamas-lhe piloto automático, eu chamo-lhe mesmo "entrar em off".

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    1. sim, eu também acho que é uma forma de alienação. o que me assusta é não ser uma decisão completamente consciente e ter tanta dificuldade em focar-me naquilo que decido que vou dar atenção.

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    2. (eu costumo dizer que ponho o cérebro em screen saver :P)

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  4. Penso que, com a idade, começamos a reparar em outros pormenores que, antes, nos passavam ao lado. Deixamos de reparar numas coisas para captarmos outras, o que, afinal, não é assim tão mau :)

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