quarta-feira, 1 de junho de 2016

Princípio da Realidade

Lembro-me de, sentada no sofá dos meus avós, desenhar teclas num caderno e fingir que salvava o Mundo através do meu portátil inventado, que nem sobrinha do inspector Gadget. Pegava num telefone imaginado e entre dinheiro fictício e teclas, o meu computador transformava-se numa caixa registadora e eu numa merceeira, muito ocupada a trabalhar.

Hoje, com 33 anos, sempre que pego no telefone e escrevo no computador volto aquele sofá e sinto-me a mesma a criança a brincar de gente grande a trabalhar. Onde estava a porta de saída da infância, que eu nunca a vi?

5 comentários:

  1. Eu o que queria mesmo, pelo menos de vez em quando, era a porta de regresso. Era fantástico que de repente a minha mãe chegasse ao meu trabalho e dissesse que já chegava e eram horas de ir para casa lanchar.

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    1. :D e dissesse "que queres jantar?"

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    2. Essa a minha mãe só adoptou depois de eu ser crescidinha e já não morar em casa :)

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    3. Esperta! Eu nunca tive a minha mãe em casa à hora do lanche. Mas tive a avó a fazer-me sandes de marmelada :)

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  2. Como percebo esse sentimento. Às vezes fico surpreendida quando me apercebo que cresci e que, de facto, o meu trabalho é a sério. (Até porque, tendo em conta que são linhas no computador, não parecem aviões a sério)

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Digo eu de que: