terça-feira, 14 de março de 2017

O grande plano

A pergunta mais estranha que as pessoas me fazem é se foi planeado. Não me ofende, mas há algo de caricato numa pergunta tão privada feita por pessoas não tão próximas assim.

Apesar de eu própria não ter sido nada planeada, mas muito desejada, acredito que a maternidade planeada (ou a sua recusa), é uma conquista maravilhosa por parte das mulheres. No entanto, esta parece-me uma pergunta com rasteira, mas ainda não percebi bem onde. O que é que as pessoas esperam dizer, se eu disser que não planeei? Que foi tudo um erro, que estou em pânico? Que vou encher-me com um ano de pílula, e engoli-la com chá de canela e gengibre a ver se vai lá?

7 comentários:

  1. Pelo que já ouvi, a gravidez e a parentalidade dão azo a perguntas e/ou comentários abusivos. E a sua ausência também - contou-me há dias a mãe de uma amiga que não tem filhos aos 38 que certas pessoas perguntam se ela não pode ter! Juro que não compreendo.

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    1. LOL. as pessoas são mesmo horriveis.
      As perguntas e comentários são outra. Com tão pouco tempo de gravidez, as pessoas já me dão missas sobre os bebés que não podem dormir no quarto dos pais ou sobre como epidural é uma coisa horrivel porque depois a mãe não sente o bebé a sair. Há coisas que juro que nem percebo onde está a discussão, cada um deve fazer como quer.

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  2. Ahaha a tua última frase. Olha, a gravidez não te toldou o sentido de humor nem o raciocínio (outro mito que as pessoas gostam de dizer) . Eu de perguntas sobre ser planeado só ouvi da boca de chefes e juro que fiquei sem saber o que responder, porque não percebi onde queriam chegar ou melhor qual era a resposta supostamente 'certa' que queriam ouvir.

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    1. Porra, mas de chefes é muito horrível.

      Estou a ver que também estás a par dos efeitos abortivos do gengibre e da canela :P (eu acho que se fosse tão fácil abortar com ervas não tínhamos despenalizado o aborto, mas enfim, vou confirmar com a médica.)

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  3. Juro que não entendo como as pessoas se conseguem sentir autorizadas a perguntar ou dizer certas coisas. Parece que a gravidez de outrem lhes dá carta branca, que abuso!

    Porque não tenho filhos a conversa, comigo, sempre foi outra. Nunca chegaram ao despropósito de me perguntar se não podia, mas que tentavam abrir a brecha a ver se tiravam nabos da púcara, ó se tentavam. E a frustração na cara das pessoas quando respondia com leveza que não calhou? Ui. Normalmente aproveitavam para mandar o velho olha que te arrependes!

    Maldadezinha, abuso, falta de chá, é um misto de tudo.

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    1. Pois, nunca ninguém se lembrou de fazer um estudo sobre a forma tribal, ritualizada e irracional com que reagimos nestas situações de maternidade / paternidade, a nossa e a dos outros. Há uma divisão social muito estranha entre pais e não pais, que não é generalizada mas que normalmente é esperada.

      Mas há aquele estudo sobre mães que se arrependeram de ter filhos, podes apresentar esse como resposta :P

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  4. Acho completamente indelicado, uma falta de chá (e de educação e vergonha na cara, já agora). Em primeiro lugar, ninguém tem nada a ver com isso e nem percebo o que interessa às pessoas se os filhos dos outros foram planeados ou não. E depois, esperam que as pessoas respondam o quê? Que foi a pior coisa que lhes aconteceu na vida mas já descobriram tarde demais para um aborto? Oh valha-me Deus, as pessoas não têm mesmo noção.

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Digo eu de que: