A Eve Ensler dizia que antes de se tornar budista achava que só os idiotas eram felizes. Com o passar do tempo tenho vindo a dar-lhe razão. Afinal de contas, não sou alheia ao meu sofrimento nem ao dos outros. E há dias ou fases na nossa vida ou na dos outros que não são felizes. Negá-lo é acreditar numa mentira. E quanta energia não é gasta a mantê-la?
Esta onda de optimismo que se espalha em livros de auto-ajuda e pelo facebook fora, vendendo esta ideia de que devemos acordar todos os dias com um entusiasmo esfuziante por se estar vivo e porque é tudo tão bonito e porque as pessoas são tão bonitas e porque o mundo é um sítio tão bonito é pura loucura. Mas, e o resto? E os outros dias? Lembram-me um amigo que diz que tem sempre tanta pena de medicar psicóticos em estados maníacos, afinal de contas, eles estão tão felizes.
A vida é linda, mas tem dias. Deixem-na zangar-se nos dias maus.
(I do)
Agree! Agree! Agree! :)
ResponderEliminarE agora no verão temos mesmo a obrigação de ser felizes, estar em boa forma, bronzeados, comer bagas goji e usar unhas de gel em tons neon. Ah! E correr! E tirar fotos antes, durante e depois da corrida! E publicar o trajeto, os minutos e os kms que se fizeram!
É só malta positiva e cheia de energia, no verão! :P
Olha como uma amiga minha que sempre que chegava ao verão voltava a ter ataques de pânico. estava completamente contra-corrente :P
EliminarPrimeiro, esse títalo é um dos melhores títalos de livro de sempre.
ResponderEliminarSegundo, a vida é linda, sim senhor, mas como no cinema de antigamente, tem imensos intervalos. E o direito a estar triste devia ser consagrado constitucionalmente.
o títalo é maravilhoso porque junta duas verdades nada contraditórias, excepto para quem se quer enganar. Às vezes a vida é grandessíssima meretriz.
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