quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Teorias do Caos

No outro dia alguém comentava que o amigo-astrólogo se tinha tornado gradualmente menos amigo e em (des) compensação, muito mais astrólogo. Todas as dores, vitórias, desabafos eram esmiuçados em retornos e planetas retrógados, conjunções, oposições, vénus e martes a passar nos sítios errados. E eu disse, que engraçado, eu sinto exactamente o mesmo com alguns amigos psicólogos. Tudo é esmiuçado à luz de psicodinâmicas, jogos de vida, sabotadores internos e acompanhado daquele olhar "eu sei".

A verdade é: ninguém sabe nada. Usamos teorias como bússolas, para nos orientarmos no Caos que é ser-se uma pessoa. Não são tudo. Na verdade, cada vez mais acho que são muito pouco. Não conheço nenhuma astrologia, psicologia, filosofia ou pedagogia que se levante do papel e dê um abraço. Não há nenhuma teoria que me ajude a consolar um miúdo que espera pelo pai há quatro horas e chora desalmadamente porque acabou de saber que ele já não vem.

Somos e seremos sempre maravilhosamente seres à deriva. E a única coisa que nos salva, por mais cliché que possa parecer, é o amor que temos uns pelos outros. Ponham os olhos nos pinguins.

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